Como havia dito em um de meus textos, [...] reencontrei, perdidos, alguns de meus primeiros escritos, ou os que mantive registrados em segredo, escondidos, quem sabe até de mim mesma, durante um bom tempo... E resolvi postá-los... Um a um... Aos poucos... Na medida da minha métrica... Na ordem do meu devaneio... [...]
Eis, então, que em meio ao turbilhão de sentimentos que venho (re)vivendo, em meio ao liquidificador de emoções que venho (re)experimentando, encontrei mais um texto que, apesar de ter sido escrito em épocas passadas (tão passadas que sequer me recordo), traduz bem o momento em que me encontro.
Confesso que, quando releio estes meus antigos escritos (ainda que alguns nem tão antigos sejam), antes de postá-los, acabo dando a eles uma nova roupagem... Não porque não estejam a altura, tal como foram escritos, tal como são e estão, de serem postados, mas porque algumas idéias e pensamentos já não são mais (exatamente) os mesmos... Os vejo, atualmente, como algo inacabado, que carecia de determinado tempo para amadurecer e (re)aparecer...
Ou, talvez, fosse eu quem carecesse de tempo para amadurecer...
Tempo este suficiente, ao menos, para entendê-los, reinterpretá-los e publicá-los.
A verdade é que alguns sentimentos e experiências parecem se repetir, num (in)constante círculo vicioso... E por isso, ainda que repaginados, meus textos conseguem, ao seu modo, revelar exatamente, seja em que período for, aquilo que sou incapaz de silenciar...
Eu sei que é para sempre...
As coisas acontecem justamente quando devem acontecer...
Possuem uma espécie de momento certo...
Aquele tempo exato que lhes foi reservado para ocorrerem...
Nessa lógica, cabe a cada um entender ou não, aceitar ou não...
Apenas isso...
Infelizmente não entendo e tampouco aceito...
Ainda que, de nada me adiante tal teimosia...
Sei que um relacionamento é construído entre duas pessoas...
E que, quando uma delas já não quer mais, de nada adianta a outra querer...
O que resta, apenas, é a certeza, ou o consolo, de que foi amor...
E que vai seguir retido em mim para sempre...
Pois tudo o que vivemos ficará arquivado em minha memória...
Guardado em meu coração...
Conservado em minha alma...
Queria poder dizer que o mesmo se passará com você...
Contudo, não acredito nisso...
As coisas ruins sequer tiveram importância...
Não marcaram mais do que os poucos segundos que duraram...
Não foram nada comparado às coisas boas...
Não havia mal que um sorriso seu não apagasse...
Que um olhar seu não explicasse...
Que um toque seu não silenciasse...
Por isso não me restam dúvidas: meu amor por você, vai permanecer em mim...
Me é inerente!
Porém, confesso saber, que por hora, não há mais nada a ser feito...
Não existem mais armas para lutar...
Não existem mais palavras para argumentar...
Não existem mais gestos para mostrar aquilo que você não quer ver...
Não quer falar...
Não quer ouvir...
É hora de deixar o tempo agir...
Para curar a dor do coração partido...
Para cicatrizar a ferida da alma perdida...
Para esquecer os planos, projetos e sonhos feitos em um dia para toda uma vida...
Para transformar a vontade em saudade...
O sentimento em lembrança...
E deixar, enfim, que o amor adormeça...
E se esconda...