Antologia de...

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"O importante é acreditar naquilo que não se vê, mas sim naquilo que se sente; naquilo que tampouco se consegue explicar, mas apenas viver."

terça-feira, 27 de julho de 2010

A pedidos: "Momento Morango - deliciosas receitas"

A pedidos, resolvi postar um dos textos de meu antigo blog: "Momento Morango"...




Algumas curiosidades sobre o morango...


O morango, uma fruta de sabor delicado, desde sempre esteve presente em diversas receitas da confeitaria mundial. Atualmente, adeptos da chamada cozinha contemporânea, também o tem incluído em preparos salgados. Muitas vezes relacionado ao romantismo e à sedução, o morango é encontrado nos mercados o ano todo; porém, o melhor período para comprá-lo é entre os meses de julho e novembro, época de safra da fruta.


Independente de tudo isso, o morango continua atraindo olhares e paladares e devido sua textura e cor é um dos alimentos mais afrodisíacos, por isso, aqui vão algumas receitinhas-bebidas afrodisíacas pra aguçar a vida de vocês (e daqueles que escolherem pra compartilhar essas delícias)... Divirtam-se!



Quentão de Morango
Numa panela grande, coloque 1 litro de pinga e acrescente 50 gramas de gengibre. Quando começar a ferver, adicione 650 gramas de morango, 20 gramas de cravo. canela a vontade e adoce a gosto (recomenda-se cerca de 500 gramas de açúcar). Deixe ferver por 20 minutos. Em seguida, adicione 1/2 litro de aguardente e deixe ferver por mais 5 minutos. Coe e sirva bem quente.


Coquetel de Morangos
- 1 garrafa de champanhe 
- 1/2 kg de morangos maduros 
- açúcar a gosto 
Modo de Preparo: Bater os morangos no liquidificador com 2 colheres (de sopa) de açúcar. Peneirar. Juntar o champanhe e misturar.


Licor de Morango
1 medida de morango, 1 medida de aguardente, 1 medida de açucar mascavo. Lave bem os morangos. Coloque-os num frasco de boca larga juntamente com a aguardente e o açúcar. Reserve no frasco fechado por mais ou menos 15 dias, ou até os morangos ficarem brancos. No início dos 15 dias agite o preparado para diluir o açúcar. Após este processo engarrafe coando o líquido.


Frozen-iogurte de Morango
400g de morangos 
1 xícara de chá de adoçante em pó
1 colher de sopa de suco de limão
1 colher de sopa de leite em pó desnatado
2 potes de iogurte natural desnatado

Bata a fruta com o adoçante, o leite em pó e o limão. Coloque em uma vasilha e misture o iogurte. Despeje em uma fôrma de alumínio e cubra com papel filme. Leve ao congelador por 3 horas ou até que fique quase duro. Retire e bata na batedeira ou com garfo até ficar cremoso. Volte ao congelador. Sirva em taças. 


Batida de Morango sem Álcool
350 g de morangos.,1 lata de leite condensado.,2 xícaras (Chá) de água mineral.gelo picado. 

segunda-feira, 26 de julho de 2010

E seu abraço...

Alguns textos surgem em momentos inesperados, em situações imprevisíveis, em circunstâncias inimagináveis, por motivos inexplicáveis, por pessoas inusitadas...

Foi assim com "E seu abraço"...
Sua história é intensa demais pra ser revelada e igualmente importante pra ser compartilhada...
Deixo aqui um pedacinho dela... Acredito que esse pedacinho fale por si só.



E seu abraço...
J.


Quando a gente se abraça, sinto que meu coração passa a bater junto ao seu... 
Nada cansa, nada incomoda, nada alcança... 
As mãos envolvem o corpo, os braços se lançam formando um laço e tudo é tão delicado... 
De repente tudo pára, tudo se alinha, tudo volta a se movimentar para seu devido lugar... 
Não existe bem, não existe mal... 
E na contradição, tudo que é ruim some e tudo que é bom se consome... 
Os fantasmas, os medos, as angústias, simplesmente desaparecem... 
E então minha alma se une a sua...
O momento é perfeito, mágico, incrível e enigmático... 
A sensação inenarrável...
A emoção incomparável...
O sentimento imensurável...
E a eternidade parece pequena para tanta felicidade...
Mas só espero e desejo que fique em paz...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Apenas um poema...

Seria muita pretensão minha considerar-me uma "escritora"...
Reconheço a singeleza de meus escritos e não pretendo alçar vôos maiores que os permitidos por minhas asas...

Não tenho aspiração a poeta, mas tenho inspiração para escrever...
Tanto já escrevi, que me perdi e me encontrei em meio aos meus tantos escritos que por aí deixei...
Tantas vezes.

Entretanto, reencontrei, perdidos, alguns de meus primeiros escritos, ou os que mantive registrados em segredo, escondidos, quem sabe até de mim mesma, durante um bom tempo... E resolvi postá-los... Um a um... Aos poucos... Na medida da minha métrica... Na ordem do meu devaneio...

Talvez ninguém os leia...
Mas eu os (re)li.
E foi bom...


Apenas um poema
J.


Tentei zelar por uma rosa...
Mantê-la protegida...
Guardar teu silêncio e tua beleza...
Desejei afastá-la do mal...
Livrá-la das pragas...
Vigiar teu sono...
Quão tola fui...
Todas as rosas morrem...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Certas datas...

Determinadas situações, pessoas e comemorações não deveriam ter um dia certo para ser festejado, lembrado, ou exaltado.

Falar em dia próprio para se comemorar o "Dia das Mães" ou o "Dia dos Pais", ou como hoje, o "Dia da Amizade (ou do Amigo)", me parece algo tão sem fundamento...

Afinal, todo dia é dia pra se lembrar (e deve ser lembrado) daqueles que amamos, que queremos bem, que desejamos o bem... Senão, deveria existir o "Dia do Tio", o "Dia do Irmão", o "Dia da Vizinha que sempre me ajuda", o "Dia do Chefe" (e por que não?!), e daí em diante...

De qualquer modo, não poderia deixar de prestigiar as pessoas que amo, que quero bem, que desejo o bem e que me fazem tão bem, meus amigos e amigas, com um desejo imenso de muita felicidade e luz em todos os dias da vida de vocês, pessoinhas que fazem parte da minha vida, da minha história, de mim.

Amigos e Amigas, obrigada por tudo! Feliz dia do amigo e da amizade! Amo vocês!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Para minhas amigas...

Em um determinado momento da vida de uma "pessoinha" muito importante para mim e essencial em minha vida, escrevi o seguinte texto para ela em forma de depoimento, na época em que ela ainda tinha orkut...
Depois de ambas o termos deletado, tantas e tantas vezes, salvei o texto que lhe havia enviado, porque foi algo feito de coração e com todo o amor que sinto por ela...

Agora, aproveito as palavras enviadas a ela e as entrego a todas as minhas amigas que tanto amo e que sabem, com toda certeza, o quanto são essenciais em minha vida, como fazem parte de mim e da minha história...



Por várias vezes sentimos que as portas de nossa vida estão se fechando, mas é nesse momento que Deus nos abre uma janela... E é por ela que a luz do sol entra! Lembre-se que as portas podem se fechar, mas a janela aberta nos permite ver a luz e sentir o calor do sol... E isso é Deus nos mostrando que "quando tudo está perdido, sempre existe uma saída, sempre existe uma luz"... Deus é o calor que aquece nosso corpo e a luz que guia nosso caminho... Ele é Aquele que cura nossas feridas, purifica nosso coração, restaura nossa alma... (creia nisso) Deus atua através de Seus escolhidos, tornando-os instrumento de Vosso amor e de Vossa paz para que possam ajudar aqueles que dEle precisam... Que Deus me permita ser uma de Suas escolhidas para atuar como instrumento de Sua vontade para ajudar vocês, amparar e proteger.



Lembrem-se: sempre que precisarem, não importa dia, hora, nem lugar, estarei aqui para ouví-las...

Amo muito cada uma de vocês...

Cada uma com seu jeito, suas particularidades e peculiaridades, com seus efeitos e qualidades, sentimentos e emoções, nos seus momentos e fases, crises e loucuras, e com tudo o mais que existir e vier e fizer parte da essência de vocês.

J.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Em Agradecimento...

Para quem crê, uma oração é muito mais que uma reza pronta, são palavras que brotam do coração e chegam direto aos ouvidos do Senhor, sem intermediários, sem meios termos, sem formalidades... A mais bela oração é aquela construída no silêncio do nosso coração, num momento de plena entrega... Não é necessário saber de cor e salteado as famosas rezas católicas ou os tão manjados versículos e passagens bíblicas... Não que isso não seja importante, ao contrário, é uma forma de se conectar com Cristo e dar graças, rogar, agradecer, glorificar... Mas aquela oração que fazemos vinda do coração, como se Deus estivesse ali, parado a sua frente, disposto a ouvir tudo o que tem a dizer... Essa sim é a mais bonita, a mais sincera, a mais verdadeira.

Trago aqui uma oração que recebi por email, nessas correntes intermináveis e insuportáveis, que começam sabe-se lá de onde e terminam sabe-se quando, que nunca existe um primeiro autor e vai saber se existirá um destinatário final... Recortei alguns pedaços que me pareceram verdadeiramente intensos e, com eles, fiz minha própria oração... E como tenho sempre, todos os dias, a todo momento, motivos para agradecer a Deus, resolvi postar essa singela oração.

Que ela possa servir de inspiração para os corações que precisam aprender a falar e ouvir...


“Senhor, meu Deus, Vós sois maravilhoso e poderoso! Sei que se Te obedecer e caminhar sob Tua vontade e palavra; que se eu tiver fé, ainda que do tamanho de um grão de mostarda, o Senhor derramará sobre mim Tuas bençãos. Venho agradecer-Te Pai, pelas bênçãos já recebidas e por aquelas que hei de receber, porque sei que ainda tens muito a fazer por mim, tanto mais que sequer consigo imaginar! Sei Senhor, que quando tiras algo de mim, não me está punindo, mas apenas abrindo minhas mãos para que eu receba algo ainda melhor. Sei, também, Pai, que Vossa vontade jamais me levará por caminhos onde Vossa graça não me alcance e proteja. Meu Deus, confio no Senhor de todo o coração, porque és fiel em Tuas promessas. Amém.”

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Os palavrões não nasceram por acaso...

Já havia visto este texto antes, mas (acredito que) adaptado pelos humoristas Marcius Melhem e Leandro Hassum, no show deles "Nós na Fita" (muito bom, por sinal). Agora que o recebi por email (e descobri ser de titularidade de outro humorista, que é também desenhista, dramaturgo, escritor e tradutor brasileiro: Millôr Fernandes), resolvi postá-lo aqui, já que me identifico muito com as expressões nele usadas - e sei que as pessoas que me conhecem bem também identificarão isso, ou identificarão a si próprias (como você Tot, por exemplo).

Espero que gostem do texto.
J.




Os palavrões não nasceram por acaso
Millôr Fernandes

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a "vulgarização" do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole.
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas "pra caralho", o Sol é quente "pra caralho", o universo é antigo "pra caralho", eu gosto de cerveja "pra caralho", entende? No gênero do "pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem fodendo!".
O "não, não e não!", e tampouco ou nada eficaz e, já sem nenhuma credibilidade, "não, absolutamente não!" o substituem. O "nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "puta-que-pariu!", ou seu correlato "puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto,você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".
Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.



terça-feira, 13 de julho de 2010

Já não sou mais aquela...

Hoje, já não sou mais aquela de ontem e, provavelmente, amanhã, não serei a mesma de hoje.

Algo sempre se modifica...
Por menor ou menos essencial que seja, ou possa parecer ser, alguma mudança sempre ocorre.
Seja para melhor, seja para pior, ela acontece.

Me olho no espelho e já não vejo os mesmos traços, sorrisos e olhares conhecidos...
Reconheço pedaços familiares daquilo que fui ontem, do que estou sendo agora e do que posso vir a ser amanhã... Tamanho subjetivismo!

Os segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos passam... E, concomitantemente, também passamos.

Passamos sem perceber, percebemos sem aceitar, aceitamos sem entender, entendemos sem querer, queremos sem poder, podemos sem desejar, desejamos sem sonhar, sonhamos sem realizar, realizamos sem planejar, planejamos sem esperar, esperamos sem aguentar, aguentamos sem argumentar, argumentamos sem explicar, explicamos sem pensar, pensamos sem sentir, sentimos sem viver, vivemos sem amar.

¡Ojalá!
Que meu amanhã seja cheio das lembranças do ontem e das experiências do hoje.
Que meus segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos passem e eu os consiga acompanhar.
E que no fim, quando o final então chegar, eu tenha percebido, aceitado, entendido, querido, podido, desejado, sonhado, realizado, planejado, esperado, aguentado, argumentado, explicado, pensado, sentido, vivido e, principalmente, amado.


Soneto de Fidelidade
(Vinícius de Moraes)

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

E de repente a vida...

Muitas vezes somos surpreendidos pelas peças que a vida prega na gente...

Em um momento estamos bem, em outro mal... Em instantes sorrindo, noutros chorando...

Vivemos de oscilações...
Momentos, acontecimentos, sentimentos, pessoas.

Um dia sim, no outro não. Bom, ruim. Melhor, pior.

Fato é que não foi a toa que alguém, em algum momento, disse que "a vida nos fecha uma porta, mas nos abre uma janela"... Sábias palavras... Mas tomo a liberdade de acrescentar "e é por essa janela que contemplamos as mais belas paisagens".

É preciso saber o exato momento em que a janela foi aberta, pois é por ela que conseguimos ver o nascer e o pôr do sol, a chuva caindo e as gotas de orvalho que restam sobre as folhas depois que ela se vai, as luzes da cidade acesas numa noite nublada, ou um céu impregnado de estrelas...

Tantas maravilhas conseguimos ver quando deixamos as janelas abertas!
Principalmente se essas janelas forem as da alma...

A vida anda me pregando pequenas peças...

Uma delas foi conhecer uma pessoa que vem se tornando muito especial, a qual vem ganhando, a cada dia que passa, mais e mais, minha admiração... Uma pessoa encantadora, de índole inquestionável e coração enorme e que tem, sem perceber, me ensinado a ver com outros olhos as paisagens das janelas que me tem sido abertas...

Algumas portas foram fechadas e muitas delas de forma tão brusca que ainda não me recuperei do tamanho estrondo que foi causado com sua batida... Mas as janelas que foram abertas tem me trazido muito mais alegrias do que as portas que se fecharam traziam...

Por isso, hoje, quero compartilhar com vcs um texto que recebi, dessa nova paisagem que tem se formado em minha janela. O texto se chama "Horas e Dias" e seu autor é "Richard Saul". Espero que consigam absorver a emoção emitida em cada palavra por ele escrita...

Richard, obrigada por me permitir publicar seu texto e que esse seja o primeiro de muitos!


Horas e Dias
(Richard Saul)


Horas e dias, semanas e meses, pronto, terminou mais um ano. Isso é o que acontece com as pessoas, os dias passam e consomem os anos e nunca percebemos que também fomos consumidos pelos dias e anos. O que me incomoda mais, não é envelhecer, mas é ver que a vida vai mudando o rumo do barco, que as cores de antes vão perdendo o brilho.       Não que envelhecer seja ruim, pelo contrário, tudo tem que ter seu tempo, apesar das lembranças que cada tempo deixa. Mas as pessoas vão desaparecendo cada vez mais e os sonhos vão se perdendo e até aqueles que se realizam vão ficando téticos por causa da vida dura que a gente leva.
            Vidrado na constelação das ilusões e atormentado na complacência dos desejos, cada um com sua peculiaridade, hora pacífico, hora concomitantemente correlato de raiva. Às vezes, parcial, outras, absoluto. Mas sempre buscando a leveza da alma, no delírio pela busca da infinitude plena. Infinitude essa que é finita. Passar os anos buscando e buscando, fingindo saciar nossos anseios sociais da bolsa de valores e das escolhas comerciais do consumismo humano pelos bens materiais. São os buracos negros do coração é que buscam a saciedade pela matéria de coisas, buracos escuros do nosso ser. Meus poemas não são mais tão ingênuos e doces como um dia foram, mas ainda consigo encontrar ternura nos olhares, mesmo já com meus trinta e poucos anos.
            Assim, vou entendendo a vida, percebendo minhas fraquezas, sentindo o frio do espírito, no que tange a busca pelas conquistas materiais. Talvez para camuflar nossa incapacidade diante do espaço imenso que rodeia a todos, partindo rumo ao nada, justificando o quanto somos pequenos e por isso, precisamos da ilusão de ser algo na vida, tão tênue, tão fogo de vela, tão desprevenida que pode dar fim a tudo num só instante.  Mas não, nada disso suplanta a importância das pessoas na vida das pessoas, nada disso completa a capacidade que temos de amar. Sendo mesmo assim, existe um espaço imenso na minha alma que contempla a saudade, a recordação e a vontade de voltar o tempo, viver tudo outra vez, como um passeio de férias, um romance de verão, de relembrar as tardes de outono que o vento soprava as castanheiras do lado de lá da rua, de sentir a nostalgia do futuro, lembrar das confidências do passado e ter a certeza do que é real no presente.

Não sei porque você se foi...

Queria hoje conseguir expressar em palavras o que estou sentindo... Toda essa mistura de sentimentos, esse liquidificador de emoções... Mas confesso não ser capaz...

Lá se vão 7 anos...

Em alguns momentos sinto como se tudo tivesse acontecido rápido demais, como se o tempo tivesse passado rápido demais, como se a vida tivesse arrancado de mim rápido demais, algo precioso demais!

Noutros, cada segundo parece uma eternidade... E os segundos simplesmente não passam! Não passam para que eu volte a escutar os já tão conhecidos passos subindo as escadas, ouvir o velho barulho das chaves abrindo a porta, e ver aquela figura tão amada adentrando a sala...

Mas os segundos passam... Eu sei.
São essas cenas que não voltaram a passar...

Há quem diga que o tempo é responsável por curar feridas, cicatrizá-las...

"Nada melhor que o tempo para curar um coração partido".
Então me pergunto: e quem cura uma alma despedaçada?!
"Dê tempo ao tempo".
E volto a me questionar: mas de quanto tempo afinal o tempo precisa para consertar os estragos feitos pela vida?!
(ainda que nesse caso a dor inenarrável e a saudade imensurável tenham sido, na verdade, causadas pela morte)

Hoje me perguntaram "onde está aquela menina forte"... E hoje, exatamente hoje, a única resposta que fui capaz de dar foi "ela nunca existiu e talvez ninguém tenha se dado conta disso... nem mesmo eu".

Hoje, a única coisa que consigo pensar é que "não sei porque você se foi" PAI...



Gostava tanto de você
(intérprete: Tim Maia - compositor: E. Trindade)


Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...

Você marcou em minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver pra não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você...

E eu!
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você...

Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar...
Você marcou em minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate...

E eu!
Gostava tanto de você


Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver pra não lembrar

sábado, 10 de julho de 2010

Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses!

A vida está em constante evolução...
Cabe a cada um, no seu tempo e a sua maneira, acompanhá-la.

Por vezes nos apressamos em mudar e acabamos atropelando fases, esquecendo sonhos, substituindo pessoas, perdendo princípios, distorcendo realidades, simulando verdades, admitindo mentiras, desvirtuando sentimentos, desvinculando emoções, fingindo alegria, escondendo tristeza, simulando sorrisos, abandonando a essência...

Essa mudança não é positiva.

"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses!" (frase de Rubem Alves)

É melhor que o evolver seja lento e gradual, fruto de um amadurecimento pessoal, resultado de situações vividas e experiências compartilhadas.

Nada melhor que o tempo para ensinar, tranquilizar, aprimorar, curar, transformar.

Se o casulo se romper antes do esperado, a lagarta não terá se transformado, sua metamorfose não estará completa e não existirá borboleta.

O silêncio é um bom início, um meio necessário e uma saída perfeita.

Permita-se, em algum momento (ou alguns, ou muitos, ou em todos), se encasular no silêncio de seu interior e, quando estiver pronto, liberte-se como a borboleta, na mais perfeita mutação.

E, caso perceba ter cometido um engano, admita-o e novamente transmute.

Seja uma metamorfose ambulante!
(Mas lembre-se de não ser instável, inflexível, inconstante)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Antologia...

Acredito que já iniciei e findei inúmeros blogs... Uns mais interessantes que outros... Uns de mais conteúdo que outros... Uns mais diversificados que outros... Mas, nenhum tão parecido comigo quanto este de agora...

Para os que me conhecem, não é novidade minha paixão por ler (mesmo sabendo que o tenho feito pouco), dançar (mesmo sabendo que tenho muito o que aprender), cantar (mesmo sabendo que não o sei), estudar (mesmo sabendo que é algo infindável), falar (mesmo sabendo que o faço muito), fotografar (mesmo sabendo que preciso me dedicar) e escrever (mesmo sabendo que nem sempre é para ser lido)...
Na verdade, qualquer forma de expressão humana me inspira, me estimula, me instiga, me provoca, me excita... Por que não?... E poder contextualizar isso é minha verdadeira paixão. E é exatamente o que pretendo fazer nesse espaço: contextualizar textualizando...

Por isso intitulei meu blog de ANTOLOGIA e explico o porque...

Primeiramente, "Antologia" é uma das canções que mais gosto, não só por sua intérprete, que também é sua compositora, minha tão querida Shakira, tampouco por ser cantada em espanhol, meu idioma do coração, mas por falar exatamente de coisas que penso, sinto e vivo...

Em segundo lugar, a palavra "antologia" me remete a todo o tipo de expressão a que me referi acima.

(Etimologicamente, antologia significa: coleção de trabalhos literários, geralmente poemas - agrupados por temática, autoria ou período -; é usada para categorizar coleções de obras curtas, tais como histórias e romances, em geral agrupados em um único volume para publicação) (http://pt.wikipedia.org/wiki/Antologia)

Antologia, para mim, significa falar de momentos, pensamentos, sentimentos, emoções, histórias... E é por isso que hoje, sem dúvida, este é o blog que melhor representa o momento em que vivo, os pensamentos que tenho tido, as emoções que tenho sentido, a história que venho construindo, a pessoa que fui, sou e a qual pretendo ser...
 
Espero que esse blog retrate um pouco disso, da forma mais clara possível, desde "tonterías" à "seriedades"... E que minha antologia não seja apenas mais uma e, se o for, que seja então, apenas, especial.
 
Para finalizar, deixo aqui a letra de Antología - Shakira (original em espanhol e tradução em português), para elucidar um pouquinho do que disse... Até logo, J.
 
 
 
 
Antología (Antologia)
Shakira
(http://www.vagalume.com.br/shakira/antologia.html)
 
Para amarte (Para te amar)
Necesito una razón (Necessito uma razão)
Y es dificil creer (E é difícil acreditar)
Que no exista una más (Que não exista uma mais)
Que este amor (Que este amor)

Sobra tanto (Sobra tanto)
Dentro de este corazón (Dentro deste coração)
Y apesar de que dicen (E apesar de que dizem)
Que los años son sabios (Que os anos são sábios)
Todavía se siente el dolor (Ainda se sente a dor)

Porque todo el tiempo (Porque todo o tempo)
Que pasé junto a ti (Que passei junto de ti)
Dejo tejido (Deixou tecido)
Su hilo dentro de mi (Seu fio dentro de mim)

Y aprendí a quitarle (E aprendi a tirar)
Al tiempo los segundos (Do tempos os segundos)
Tú me hiciste ver el cielo aún más profundo (Você me fez ver o céu ainda mais profundo)
Junto a ti (Junto de ti)
Creo que aumenté más de tres kilos (Acredito que engordei mais de três quilos)
Con tus tantos dulces besos repartidos (Com seus tantos beijos doces repartidos)

Desarrollaste mi sentido del olfato (Desenvolveu meu sentido de olfato)
Y fue por ti que aprendí a querer los gatos (E foi por ti que aprendi a gostar de gatos)
Despegaste del cemento mis zapatos (Despregou do cimento meus sapatos)
Para escapar los dos volando un rato (Para escaparmos juntos um momento)

Pero olvidaste una final instrucción (Mas se esqueceu de uma instrução final)
Porque aunque no sé como vivir sin tu amor (Porque não sei como viver sem seu amor)

Y descubrí lo que significa una rosa (E descobri o que significa uma rosa)
Me enseñaste a decir mentiras piadosas (Me ensinou a dizer mentiras perdoáveis)
Para poder verte a horas no adecuadas (Para poder vê-lo em horas não adequadas)
Y a reemplazar palabras por miradas (E a trocar palavras por olhares)
Y fue por ti que escribí mas de cien canciones (E foi por ti que escrevi mais de cem canções)
Y hasta perdoné tus equivocaciones (E até perdoei seus equívocos)
Y conocí mas de mil formas de besar (E conheci mais de mil formas de beijar)
Y fué por ti que descubri lo que es amar (E foi por ti que descobri o que é amar)

Lo que es amar... (O que é amar...)