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"O importante é acreditar naquilo que não se vê, mas sim naquilo que se sente; naquilo que tampouco se consegue explicar, mas apenas viver."

segunda-feira, 12 de julho de 2010

E de repente a vida...

Muitas vezes somos surpreendidos pelas peças que a vida prega na gente...

Em um momento estamos bem, em outro mal... Em instantes sorrindo, noutros chorando...

Vivemos de oscilações...
Momentos, acontecimentos, sentimentos, pessoas.

Um dia sim, no outro não. Bom, ruim. Melhor, pior.

Fato é que não foi a toa que alguém, em algum momento, disse que "a vida nos fecha uma porta, mas nos abre uma janela"... Sábias palavras... Mas tomo a liberdade de acrescentar "e é por essa janela que contemplamos as mais belas paisagens".

É preciso saber o exato momento em que a janela foi aberta, pois é por ela que conseguimos ver o nascer e o pôr do sol, a chuva caindo e as gotas de orvalho que restam sobre as folhas depois que ela se vai, as luzes da cidade acesas numa noite nublada, ou um céu impregnado de estrelas...

Tantas maravilhas conseguimos ver quando deixamos as janelas abertas!
Principalmente se essas janelas forem as da alma...

A vida anda me pregando pequenas peças...

Uma delas foi conhecer uma pessoa que vem se tornando muito especial, a qual vem ganhando, a cada dia que passa, mais e mais, minha admiração... Uma pessoa encantadora, de índole inquestionável e coração enorme e que tem, sem perceber, me ensinado a ver com outros olhos as paisagens das janelas que me tem sido abertas...

Algumas portas foram fechadas e muitas delas de forma tão brusca que ainda não me recuperei do tamanho estrondo que foi causado com sua batida... Mas as janelas que foram abertas tem me trazido muito mais alegrias do que as portas que se fecharam traziam...

Por isso, hoje, quero compartilhar com vcs um texto que recebi, dessa nova paisagem que tem se formado em minha janela. O texto se chama "Horas e Dias" e seu autor é "Richard Saul". Espero que consigam absorver a emoção emitida em cada palavra por ele escrita...

Richard, obrigada por me permitir publicar seu texto e que esse seja o primeiro de muitos!


Horas e Dias
(Richard Saul)


Horas e dias, semanas e meses, pronto, terminou mais um ano. Isso é o que acontece com as pessoas, os dias passam e consomem os anos e nunca percebemos que também fomos consumidos pelos dias e anos. O que me incomoda mais, não é envelhecer, mas é ver que a vida vai mudando o rumo do barco, que as cores de antes vão perdendo o brilho.       Não que envelhecer seja ruim, pelo contrário, tudo tem que ter seu tempo, apesar das lembranças que cada tempo deixa. Mas as pessoas vão desaparecendo cada vez mais e os sonhos vão se perdendo e até aqueles que se realizam vão ficando téticos por causa da vida dura que a gente leva.
            Vidrado na constelação das ilusões e atormentado na complacência dos desejos, cada um com sua peculiaridade, hora pacífico, hora concomitantemente correlato de raiva. Às vezes, parcial, outras, absoluto. Mas sempre buscando a leveza da alma, no delírio pela busca da infinitude plena. Infinitude essa que é finita. Passar os anos buscando e buscando, fingindo saciar nossos anseios sociais da bolsa de valores e das escolhas comerciais do consumismo humano pelos bens materiais. São os buracos negros do coração é que buscam a saciedade pela matéria de coisas, buracos escuros do nosso ser. Meus poemas não são mais tão ingênuos e doces como um dia foram, mas ainda consigo encontrar ternura nos olhares, mesmo já com meus trinta e poucos anos.
            Assim, vou entendendo a vida, percebendo minhas fraquezas, sentindo o frio do espírito, no que tange a busca pelas conquistas materiais. Talvez para camuflar nossa incapacidade diante do espaço imenso que rodeia a todos, partindo rumo ao nada, justificando o quanto somos pequenos e por isso, precisamos da ilusão de ser algo na vida, tão tênue, tão fogo de vela, tão desprevenida que pode dar fim a tudo num só instante.  Mas não, nada disso suplanta a importância das pessoas na vida das pessoas, nada disso completa a capacidade que temos de amar. Sendo mesmo assim, existe um espaço imenso na minha alma que contempla a saudade, a recordação e a vontade de voltar o tempo, viver tudo outra vez, como um passeio de férias, um romance de verão, de relembrar as tardes de outono que o vento soprava as castanheiras do lado de lá da rua, de sentir a nostalgia do futuro, lembrar das confidências do passado e ter a certeza do que é real no presente.

Um comentário:

  1. Amigaaa
    adoorei o seu blog viu
    vou estar sempre por aki...de janelas abertas..rs
    lendo, refletindo e compartilhando com vc!

    bjuss

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